terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Socialismo e Democracia, um casamento perfeito!


O enigmático país que acolheu a morte do guerrilheiro cumpre hoje o presságio que Guevara havia deixado. A vitória absolutamente democrática de Evo Morales na Bolívia, mais que uma razão para festejo de todos os socialistas é uma razão para reafirmarmos a esperança… A esperança no ressurgimento do socialismo do século XXI, absolutamente livre e absolutamente democrático. É obvio que isto está a incomodar os senhores do Mundo, afinal de contas, na Bolívia está-se a construir um socialismo democrático e anti autoritário, quem diria que seria possível, hein?

Quando na Bolívia em Janeiro sai vencedora a nova constituição Boliviana (e ao mesmo tempo Bolivariana) percebeu-se que a Bolívia caminhava para uma experiência inovadora em vários níveis; Quando Morales ganha nas urnas (com 61%) o que a direita reaccionária tinha tentado derrubar com violência nas ruas, percebe-se que o povo aprovou e quer verdadeiramente a mudança.

Em Janeiro os povos indígenas puderam celebrar, os seus direitos foram reconhecidos ao fim de anos de massacres físicos e culturais. Os indígenas (80% da população da Bolívia) puderam passar a dispor de uma quota obrigatória em todos os níveis de eleição, a ter propriedade exclusiva dos recursos florestais e direitos sobre a terra e os recursos hídricos. A partir de Janeiro foi limitada a terra dos grandes latifundiários (entre 10 mil e 5 mil) – acaba-se de vez com os abusos dos regimes monopolistas da terra controlados pelos grandes latifundiários instituídos numa espécie de capitalismo rural “aceitável” (supostamente visando a socialização dos benefícios) excluído o grosso que trabalha a terra – os povos (esses sim em luta pelo bem comum). A nível económico foi exigido às empresas estrangeiras que reinvistam os seus lucros na Bolívia; Uma questão de justiça simples – “tudo o que ganhas connosco e à nossa custa tens de investir na nossa terra e em nosso benefício.” A Igreja contestou o facto de se colocar todas as religiões em pé de igualdade, retirando ao catolicismo o lugar da "religião oficial do Estado".

De facto, o Sim venceu na Bolívia, e isso foi sem dúvida um grande avanço para a mudança do país. O triunfo do “Movimento ao Socialismo” nestas eleições, foi a confirmação desse projecto social de mudança democrática e revolucionária. Evo Morales ganhou as eleições na Bolívia com 61% dos votos. No seu discurso em La Paz, disse que a vitória nas eleições constituía uma obrigação para acelerar o processo de mudança que se vem construindo desde há quatro anos. O MAS alcançou a maioria nas duas câmaras da Assembleia Legislativa Plurinacional, e dois terços do Senado.

"Louvado seja aquele que correndo por entre os escombros da guerra, da política e das desgraças públicas, preserva sua honra intacta."… Velho Bolivar! A afirmação do socialismo na Bolívia é feita de cara levantada e de honra intacta, sem truques ou malabarismos eleitorais. E isso incomoda! A direita Boliviana faz o seu velho jogo de sombras, de ilusionismo factual, capta apoios dos estados capitalistas e encena factos de violência nas ruas como meio de justificar a derrota. Mas de que lado fica agora Obama? Será que Obama vai promover um novo espírito de diálogo com a América Latina – afinal ele é o Nobel da paz…? Ou vai persistir no erro histórico de desprezo e tentativa de boicote dos governos sul-americanos? …

O triunfo na Bolívia é um triunfo que me faz acreditar que existe uma segunda via para o socialismo… A aplicação do socialismo não se resume meramente a autoritarismo repressivo, anti-democrático e a brutalidade assassina… O socialismo pode ser libertário nos nossos dias, quando implementado de forma democrática, livre e com o apoio da população. O triunfo Bolíviano faz-me acreditar que essa segunda via é possível e que vale a pena lutar por ela. Por um socialismo com valores marxistas: liberdade, justiça, democracia!

Uma salva de palmas a Evo Morales por ter essa ousadia: a de construir uma excelente experiência de socialismo moderno, actual e democrático.

Cá estaremos, Bolívia, para ter ver crescer…

João Nuno Mineiro


Artigo publicado em:

http://www.acomuna.net/content/view/306/1/

the blues soul

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009


PEPETELA, vencedor do prémio Camões, é um dos melhores escritores da actualidade...

Bibliografia:

1973 - As Aventuras de Ngunga
1978 - Muana Puó
1980 - Mayombe
1985 - O Cão e os Caluandas
1985 - Yaka
1989 - Lueji
1992 - Geração da Utopia
1995 - O Desejo de Kianda
1997 - Parábola do Cágado Velho
1997 - A Gloriosa Família
2000 - A Montanha da Água Lilás
2001 - Jaime Bunda, Agente Secreto
2003 - Jaime Bunda e a Morte do Americano
2005 - Predadores
2007 - O Terrorista de Berkeley, Califórnia
2008 - O quase fim do mundo
2008 - Contos de Morte
2009 - O Planalto e a Estepe

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Celebrar o passado, lutar pelo futuro...


A queda do Muro de Berlim do dia 9 de Novembro de 1890 após 28 anos de divisão, além de um acontecimento histórico de relevância política, ideológica, económica e social, é também um acontecimento com marcas concretas na nossa actualidade… Dessa queda resultaram alterações políticas, económicas e sociais que se prolongaram até aos nossos dias.

Em 1961 Berlim foi divido por um muro de betão e de arame farpado. Este muro, conhecido pelo “Muro de Berlim” dividiu a RFA (Republica Federal Alemã) e a RDA (República Democrática Alemã). Mais que uma fronteira física, esta divisão marcou um profundo fosso ideológico entre os adeptos da democracia liberal de inspiração ocidental – RFA –, e os socialistas, adeptos do regime soviético uni partidário gerido de forma autocrática. Essa clivagem ideológica surge no seio da Guerra Fria, em que existia um confronto ideológico e burocrático protagonizado pelos EUA e pela URSS que, obviamente, arrastavam os seus parceiros estratégicos.



O Muro de Berlim, por muitos apelidado de “muro da vergonha” dividiu assim famílias, amigos e cidadãos do mesmo estado. A passagem do muro era interdita… Era um muro opressor onde muitos cidadãos morreram por simplesmente o quererem atravessar, porque na verdade um dos objectivos da construção do muro foi impedir o fluxo de pessoas… Estima-se que naquela época a imigração para o ocidente era de mil pessoas por dia o que era um desastre para a RDA. Assim, depois de anos e anos de protestos, manifestações e tumultos na RDA, no dia 9 de Novembro de 1890 o muro caiu. O governo da RDA foi incapaz de amenizar os acontecimentos tendo-se demitido e abrindo a brecha à muito esperada. As autoridades anunciam a abertura do muro e cumpriu-se a principal exigência dos movimentos sociais da RDA: a reunificação Alemã.



O efeito do desaparecimento do Muro de Berlim tem repercussões fora da própria Alemanha. Depois da sua queda, os acontecimentos precipitam-se no Leste da Europa os regimes comunistas desmoronam-se em efeito dominó – Bulgária, Checoslováquia, Hungria, Polónia, Roménia, Albânia, Jugoslávia e de certo modo a URSS. Com efeito a queda do Muro de Berlim não teve repercussões somente na Alemanha. A queda do muro foi um acontecimento simbólico que marcou o fim da disputa política e ideológica chamada de Guerra Fria. Com a queda do muro e dois anos mais tarde o desmembramento da URSS acabaram as tensões ideológicas comunistas\liberais, e a democracia liberal de inspiração ocidental implementou-se como regime único em quase todas as partes do Mundo.



Particularmente na Europa a queda do Muro teve repercussões abissais… Com a reconversão de muitos estado ao sistema liberal impôs-se à CEE, mais tarde EU (Maastricht 1992), o agendamento de muitas novas adesões… Abriu-se caminho à criação de uma Europa unificada e convergente assente em valores democráticos, criando-se novas esperanças à reconstrução europeia e a um projecto político, económico e social mais forte e coeso.



Contudo, apesar das lições históricas que o muro de Berlim trouxe ao Mundo, continuam a persistir nos nossos dias muros tão vergonhosos e desumanos quanto este... Muros físicos e psicológicos que oprimem milhares de pessoas. Poucos saberão que existe ainda um muro a dividir uma capital europeia, um caso único em todo o mundo. É em Nicósia, a capital do Chipre. Hoje em dia, os cipriotas de ambos os lados do muro continuam à espera de ver mais avanços no processo de reunificação da ilha. O muro mais conhecido da actualidade foi erguido pelos israelitas, ao longo de uma fronteira que mais ninguém reconhece e que foi desenhada de forma a anexar territórios da Cisjordânia, isolando as localidades palestinianas e reforçando os colonatos mais importantes. A construção começou em 1994, sob um coro de críticas e condenação até por parte do Tribunal Internacional de Justiça de Haia, que dois anos mais tarde o declarou ilegal. Mas isso não impediu os governos de Israel de prosseguirem com o plano de 700 quilómetros de muro erguidos a 8 metros de altura. O cerco aos palestinianos completa-se com a barreira que atravessa a faixa de Gaza e o muro de Rafah, na fronteira com o Egipto.



Outros muros foram construídos na sequência de guerras e ocupações, como o que as tropas norte-americanas ergueram em Bagdade em 2007, dividindo as comunidades sunita e xiita da capital iraquiana. No vizinho Irão, o muro que está a ser construído separa ainda mais o país do vizinho Paquistão. Do outro lado, também a Índia constrói uma cerca na maior parte dos 1800 quilómetros que a separa dos paquistaneses. E o regime de Islamabad, cada vez mais cercado, parece concordar com a receita, tendo anunciado em 2005 os seus planos para erguer um muro na fronteira com o Afeganistão. Para além deste projecto e das barreiras que protegem algumas zonas de Cabul, os afegãos contam também com cercas electrificadas e de arame farpado na fronteira. O arame farpado é também o material dominante na fronteira do Uzbequistão com o Quirguistão. E há outras fronteiras que separam em vez de unir, recorrendo a muros, cercas e barreiras várias. Para além dos já citados, vejam-se os casos da Tailândia com a Malásia, das Coreias, da China com Hong-Kong, Macau e Coreia do Norte e da Rússia com vários países.







Celebrar a queda do Muro de Berlim é ao mesmo tempo aprender com ele… Aprender que ninguém tem o direito de dividir um povo, aprender que a segregação não é sinónimo de integração, muito menos de resolução dos problemas, aprender que é preciso mais democracia e não menos democracia, aprender que a divisão física e também psicológicas entre habitantes do mesmo espaço é simplesmente um acto covardia, de autoritarismo e de falta de respeito pela dignidade humana…



… celebramos os 20 anos da queda do Muro de Berlim com entusiasmo e alegria, mas celebramo-los também na certeza de que cada vez mais é preciso sonhar como sonharam os milhares de Alemãs que no 9 de Novembro de 1989 destruíram aquele muro, cada vez mais é preciso sonhar que um dia conseguiremos abater todos os muros opressores por este Mundo fora…

terça-feira, 15 de setembro de 2009

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

A birmânia no jogo energético

A oligarquia é adversa à democracia embora nem sempre a democracia seja adversa à oligarquia... Isto porque nunca houve oligarquias democráticas, mas já houve (e continuam a haver) democracias oligárquicas. Assim a Birmânia foi crescendo e se formando naquilo que hoje é...


Passando de uma democracia independente na metade do século (1948), foi modelada por uma apropriação oligárquica do sistema, que colidiu com o golpe de estado do general Ne Win em 1962. Isto porque a democracia em sentido puro é incorruptível e quando a democracia se deixa minar ao ponto de ser derrubada ou é porque é uma democracia corrupta ou porque se começou a transformar numa democracia oligárquica. Foi assim que, em nome de um qualquer “socialismo birmanês” foi nacionalizada toda a economia, mas para as mãos de quem? Do povo? Dos trabalhadores? De quem nada mais tem que a sua força de trabalho? Não (...) seguindo os lobbies oligárquicos que lhe deram origem a economia birmanesa ficou, após o golpe de estado, nas mãos da casta militar: o país foi isolado (até se acabaram com os passaportes...); foi lançada uma brutal ofensiva xenófoba que expulsou do país Indianos e Paquistaneses principalmente; intensificou-se a caça às minorias étnicas; contudo após várias revoltas a ditadura de Ne Win afundou-se com os tumultos de 1988, após o massacre de 3 mil pessoas. De certo modo restabeleceu-se a esperança... A junta militar que sucedeu fez eleições em 1990 e a Liga Nacional para a Democracia de Suu Kyi obteve quatro quintos dos votos. Ironia das ironias, na selvajaria “oligárquico-democratica” birmanesa as eleições foram anuladas. Suu Kyi foi presa e restabelecida a ditadura, esta sob o comando de Than Shwe que blindando o regime Birmanês continua nos dias hoje a praticar verdadeiras chacinas que passam ao lado (mais uma vez...) das grandes potências. Na verdade, por vezes é questionável para que se celebrou uma declaração Universal (para todos) dos direitos do Homem quando esta é brutalmente desrespeitada por quase todos, principalmente as grandes potências – EUA, UE, Rússia, China, etc -, foi provavelmente para cumprir formalismos...

Assim como não percebo como é que se tolera que a ONU seja um instrumento político dos grandes do Mundo, que quando têm interesses económicos a impedem de actuar. Exemplo disso é a recente prisão de Suu Kyi que além de ser um brutal ataque à liberdade da mesma e um incompreensível e condenável ataque dos generais Birmaneses, evidência uma total hipocrisia política e moral de países como os Estados Unidos, a Rússia e a China (com a obvia colaboração da UE). Na verdade Pequim e Moscovo são os principais responsáveis pois foram estes que vetaram as sanções ao país. Mas não pensemos que os outros são inocentes...

Porque é que Clinton e Obama não estabeleceram a Birmânia como uma prioridade na Ásia? Se virmos bem, dos países asiáticos só as Filipinas e a Indonésia é que não optaram pela “não ingerência” sobre esta questão, sendo que a China protagonizou o discurso mais ofensivo que aliás vai de encontro à ditadura horrorosa que por lá mora: “A comunidade internacional deve respeitar totalmente a soberania da justiça Birmanesa”, frase simples mas que diz tudo de um país que acha que quando há violações brutais de direitos humanos num país isso deve passar impune, porque se deve respeitar a soberania dos países. Só se deve respeitar a soberania dos países quando estes aplicam três valores base de qualquer sociedade: a democracia, a liberdade e o respeito pelo homem.

Já do Ocidente existem diferenças discretas entre quem quer sanções pesadas e os que não querem (mas dizem condenar por razões morais). Mas importa perceber o que está por detrás da questão, porque é que China, Rússia, Tailândia, Índia, Singapura (etc.), se colocam nesta posição? A questão energética é a questão central porque ninguém condena a Birmânia e os seus ataques à liberdade e à democracia. E sobre a questão energética existem pontos-chave: todos estes países utilizam portos birmaneses; foram encontradas novas jazidas de petróleo e gás; está a ser construído um oleoduto e um gasoduto entre a Birmânia e a China de 2800 quilómetros; a Tailândia é o primeiro cliente de gás da Birmânia; a Índia não quer dar à China o monopólio energético sobre a vizinha Birmânia (daí ter mudado radicalmente a sua posição em relação a Suu Kyi); a Rússia ir vender centrais nucleares à Birmânia... Enfim, neste tabuleiro político em que os interesses energéticos e económicos se sobrepõe ao respeito pela liberdade, pelo homem, pela democracia, estão sentados todos os países que nos vendem discursos pacifistas e democráticos...

Os mesmos que não vacilam vetar sanções na ONU – Birmânia -, os meus que não vacilam vetar na ONU intervenções em catástrofes humanitárias – Darfur -, os mesmos que se orgulham de participar na guerra do petróleo – Iraque / Afeganistão -, os mesmos que se regozijam na presença de xenófobos neo-fascistas – Itália -, enfim, os mesmos que apoiados pelo silêncio e pela cumplicidade dos outros são os verdadeiros criminosos do Mundo, que se vendem tudo e todos, em troca de petróleo, de dinheiro e de poder


Artigo publicado em:

http://www.acomuna.net/content/view/240/1/

terça-feira, 18 de agosto de 2009

domingo, 2 de agosto de 2009

open your eyes...

Por detrás das cortinas que nos impõe o silêncio perante o sangue, a tortura, a violação, a pedofilia, a brutalidade e a opressão... a denuncia aparece, mais actual que nunca:



Halima Bashir - torturada, violada, espancada pelas milicias árabes no Darfur, uma sobrevivente que relata na primeira pessoa os horrores de um dos maiores e mais perigosos genocídios do nosso tempo.


400 000 mortes
2 000 000 refugiados
Violações
Pedofilia
Censura
Oligarquia arabe
Hipocrisia política


sábado, 25 de julho de 2009

Viragem monociclica


A trapaça política que José Sócrates tem para o PS é de uma hipocrisia brutal, é uma tentativa suja de viragem a ideias e a ideais que nunca se propôs realizar enquanto governo e que são hoje bandeiras de combate de um partido dito socialista que se quer apresentar à esquerda mas que na verdade é a cara suja das políticas liberais, desruladoras e incompetentes que nos afundaram na crise interna estrutural que hoje vivemos.

O PS de hoje é um total subserviente daquilo que são os lóbis políticos e económicos da grande burguesia europeia e nacional, que deixa sistematicamente que o poder económico se sobreponha ao poder político.

O que acontece hoje é que José Sócrates em gestos marketindarizados e comercialmente pensados tenta criar uma lista às legislativas onde se encontram grandes nomes da cultura, das causas sociais e da esquerda... nomes como Inês de Medeiros, Miguel Vale de Almeida ou Joana Amaral Dias (?).

Sem dúvida do ponto de vista do marketing político a inclusão de pessoas mais ligadas à esquerda, à cultura, às causas sociais seria um excelente estratégia caso o PS nestes quatro anos de governo tivesse tido realmente uma política de esquerda, intimamente ligada à cultura e às causas sociais. Mas não esteve nem perto disso...

Aliás eu, como defensor das causas LGBT era incapaz de estar numa lista de um partido que em Novembro passado votou contra a legalização do casamento homossexual, assim como actor cultural que ainda vou sendo era incapaz de estar num partido que dá à cultura e ao desenvolvimento cultural menos de um por cento do orçamento de estado.

Mas felizmente (e acho que deveríamos estar atentos a este sinal) Joana Amaral Dias disse não!, e regateou de uma forma sublime: não, por razões obvias!
Por razões óbvias Joana Amaral Dias apesar de estar afastada do Bloco disse não ao PS, não a José Sócrates e não às políticas liberais de um partido que se diz socialista mas que nem um estatuto social-democrata consegue alcançar.

Apesar de alguns nomes de peso (é verdade), o PS de hoje e que agora segue para as campanhas, jamais conseguirá apagar aquilo que foram quatro anos de rendição e subserviência às políticas liberais e aos grandes interesses económicos...

Desde a concessão do sector a energia aos grandes grupos políticos e económicos privados (Américo Amorim, e aos tão ilustres “Eduardo dos Santos”), desde pactuar com a grande ofensiva que irá fazer da água um recurso privado, desde a destruição continua e insensível do serviço nacional de saúde e de pontos destes que exerciam sobre as populações do interior uma enorme importância, desde a destruição dos sectores produtivos como a agricultura e a pesca pactuando com os grandes interesses que na selvajaria liberal se apropriam dos fundos comunitários, desde a humilhação aos professores, aos alunos e da escola pública, desde a protecção descarada aos banqueiros que afundaram o sistema financeiro português e que fizeram com que os contribuintes metessem (em vez dos reais responsáveis) dois mil milhões de euros nesses bancos, desde a incoerente reforma da segurança social que em vez de aproveitar outras formas de financiamento como um imposto sobre as grandes fortunas como o bloco propôs prefere encontrar uma formula de calculo que fez baixar substancialmente as reformas em Portugal e que distancia milhares delas do salário mínimo, desde o pactuar com os grandes lobbies económicos que colocam o interesse imobiliário, económico e político à frente daquilo que é o interesse ambiental (como o caso dos contentores em Alcântara), desde o brutal desrespeito pelo interior não fazendo nada consideravelmente relevante para fixar pessoas, jovens, serviços, postos de trabalho, desde o pacto com o patronato impondo um código de trabalho irrealista e penalizador dos direitos dos trabalhadores, nunca combatendo a pratica dos baixos salários e da precarização laboral (a ofensiva patronal do século XXI), passando também pelo continuo desprezo pelas comunidades imigrantes, pelas pessoas honestas dos bairros socais, por todos os gays, lésbias, bissexuais e transexuais que viram o PS aliar-se ao ultra conservadorismo, além da subserviência perante o imperialismo Americano que faz com que tenhamos soldados a matar inocentes por exemplo no Afeganistão. E sobretudo os dois milhões de pobres e os milhares de desempregados que hoje são a evidência mais nítida da incompetência do neo liberalismo...

Enfim por muita viragem de nomes e de imagem que José Sócrates queira fazer os nomes que perpetuaram e pactuaram com estas políticas estão todos nessa lista: Vieira da Silva (Setúbal), Ana Jorge (Coimbra), Luís Amado (Leiria), Pedro Silva Pereira (Vila Real), Jorge Lacão (Santarém) e Bernardo Trindade (Madeira), Jaime Gama (Lisboa) António José Seguro em Braga, José Junqueiro em Viseu, Mota Andrade em Bragança, Carlos Zorrinho em Évora, Miranda Calha em Portalegre, Luís Ameixa em Beja e Ricardo Rodrigues nos Açores, Alberto Martins (Porto), Maria de Belém (Aveiro), João Soares (Faro), Francisco Assis (Guarda), e Rosalina Martins (Viana do Castelo) e o indomável José Sócrates por Castelo Branco.

A verdade é que ainda que com alguns nomes considerados mais à esquerda na tentativa de uma lavagem comercial, as políticas não enganam, não metem e são bem claras: são políticas economicamente liberais, socialmente conversadoras e totalmente subservientes face à grande finança, ao grande capital e aos senhores do Mundo.
É isso que nos distingue, é que nós somos o oposto disso!

sexta-feira, 3 de julho de 2009

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Itália: um grito de revolta!









Itália tornou-se em pleno século XXI num exacto chiqueiro descendente do legado fascista e xenófobo que governou o país durante anos... Na Itália Berlusconiana de hoje vivem-se verdadeiros atentados aos direitos humanos e uma regressão brutal no avanço civilizacional: pessoas honestas apelidadas de criminosas, médicos-espiões, etnocentrismo, humilhação, preconceito, xenofobia, exploração, racismo, hipocrisia (...) enfim, todo um legado neofascista que merece o combate das forças pró sociais!
Artigo de João Nuno Mineiro


Construir alternativas para Europa passa também por defender todos aqueles que diariamente se afundam no mar mediterrâneo, todos os que são rotulados, humilhados e presos em Itália simplesmente por querem dar comer aos seus filhos e aqueles que diariamente os esperam na terra natal (e eles nunca mais apareceram); contra essa máfia Berlusconiana que oprime, humilha e prende milhares de imigrantes tem de haver uma estratégia clara que afunde e enterre de vez o neofascismo e toda a sua hipocrisia.

De facto, um largo currículo xenófobo e pró fascista tem guiado a governação de Silvio Berlusconi...

Não me esqueço de quando há alguns meses professores, alunos e membros da sociedade civil, se juntaram nas ruas de Itália... Eram mais de um milhão disposto a lutar contra a nova reforma educativa de Berlusconi: insurgiam-se contra a tentativa de separação de turmas ente imigrantes e italianos “puros”, contra o despedimento de 80 mil professores, contra a obrigatoriedade de fardas (sim Berlusconi também é um profundo conservador) e a triplicação do valor da propina.

Assim, como é impossível não me lembrar do golpe reaccionário de Berlusconi aos protestos: ordena a entrada de centenas de polícias em todas as escolas onde os alunos e professores protestavam.

Não me esqueço de quando Berlusconi colocou (se não coloca ainda) militares fardados na rua à caça aos imigrantes, pretendendo fazer deles lixo, prendendo e expulsando (apoiado obviamente por directivas vergonhosas da UE); não me esqueço das intenções de Berlusconi para que todos os indivíduos de etnia cigana referissem no BI a sua etnia (isto seria um regresso à catalogação social de Hitler).

E um olhar atento sobre Itália obrigou-me a não esquecer um plano arrogante e irresponsável anti-imigração dominado de “plano de segurança”, que foi parcialmente aprovado no senado Italiano. Neste plano possibilitou-se que médicos violassem o seu código deontológico e passassem a ser também espiões (...), isto é, foi aprovada uma medida que possibilita aos médicos denunciarem imigrantes ilegais.

Mas a nojenta promiscuidade de Berlusconi vai ao ponto de estabelecer uma pena de quatro anos para os imigrantes com ordem de expulsão que permaneçam em território italiano, uma elevação de 80 para 200 euros a taxa para obter autorização de residência e determina um "registo de vagabundos" obrigando todos os sem-abrigo a inscreverem-se num registo do Ministério do Interior.

Mesmo assim, o governo italiano perdeu de forma inesperada no Senado três votações que tornariam ainda mais grave a já em si polémica “Lei de Segurança”. A mais importante é aquela que previa um período de detenção até 18 meses antes de consumada a expulsão do imigrante. Mas a aprovação de uma emenda da oposição, por voto secreto, permitiu deixar tudo como antes, ou seja, o período em causa continua a ser de dois meses. Outra das medidas do governo que não passou foi a restrição ao direito de reagrupamento familiar, que o governo queria limitar aos imigrantes que já estivessem há mais de cinco anos em Itália. Finalmente, a medida que previa a expulsão dos imigrantes que violassem os direitos de autor também foi chumbada.

Mas não poderia terminar a minha breve suma sobre a nojeira em que vai Itália sem falar da nova lei que criminaliza a imigração ilegal...
Isto é, um imigrante vai honestamente para Itália para ganhar uns dinheiros para a família que está na terra cheia de dificuldade, sujeita-se a uma viagem em que corre perigo de morte (...) chega a Itália (muitos não chegam) e não lhe dão o visto - logo, não é uma “pessoa legal”... Sujeita-se a ser explorado e humilhado por patrões xenófobos e arrogantes, ganha algum dinheiro que manda para casa, até que alguém o denuncia como sendo uma “pessoa ilegal” e é acusado em tribunal de ser nada mais nada menos que um criminoso...

Os verdadeiros criminosos são aqueles que sem qualquer tipo de escrúpulos e de consciência social desenharam esta lei... Mais uma vez lá está ele, o rei, o todo-poderoso, o mais arrogante e hipócrita político da Europa: Sílvio Berlusconi!

De forma desonesta previu a criação de milícias populares que colaborem com a polícia, multas até dez mil euros aos imigrantes indocumentados e penas de prisão que podem atingir os dez anos a quem alugar casas a imigrantes não legalizados. Eis algumas das medidas previstas na lei que criminaliza a imigração ilegal e que o parlamento italiano aprovou.

A “asfixiação” da esquerda em Itália “condenou” milhares e milhares de imigrantes à humilhação e à morte - porque na verdade foi ela quem colocou de novo Berlusconi como senhor todo-poderoso de Itália e como senhor da vida dos imigrantes que todos os dias chegam a Itália.

A situação dramática a que os imigrantes em Itália estão sujeitos merece um entendimento político entre várias forças políticas e sociais; precisa-se de uma força viva na Europa que de uma vez por todas sancione o regime brutalmente opressor em que se está a tornar Itália.

É verdade: muitas vidas já se perderam no fundo do Mediterrâneo, muitos seres humanos já foram brutalmente humilhados, presos e explorados em Itália, muitas mulheres e crianças olham dia a dia, noite a noite, para o mar à espera que o barco que o levou regresse (mas ele não regressará)... Mas, apesar do atraso que temos (e que é enorme), ainda não é tarde para lutar para evitar mortes e lágrimas... Nunca é tarde para o combate pelo ser humano.

Uma outra Europa é necessária, precisa e urgente: uma Europa capaz de colocar o dedo na ferida, uma Europa de coragem que se distancie de uma vez por todas da xenofobia e do legado neofascista.

Berlusconi e a sua máfia merecem um combate serio e duro de todos aqueles que se movem por sentimentos humanistas e por todos os defensores dos direitos humanos!


Artigo publicado em:

http://www.acomuna.net/content/view/132/1/

segunda-feira, 8 de junho de 2009

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Pedofilia Religiosa



Eles lá no topo da hierarquia político – religiosa estão todos calados, num um pio para condenar o massacra físico e psicológico que durou 60 anos em internatos católicos…

Ao longo de 60 anos mais de 2000 crianças foram torturadas e violadas por padres e monges da Igreja Católica na Irlanda. O relatório sobre esta monstruosidade demorou 7 anos a ser feito e se constatou a violação e tortura de duas mil crianças denunciou mais: o total silêncio do Vaticano.

O chefe da Igreja católica já condenou os actos é certo mais não chega! Todos os dias nos chegam a casa discursos moralistas vindos do Vaticano e da Igreja… todos os dias falam de paz, justiça e direitos humanos. Neste só silêncio, puro silêncio! Duas mil crianças violadas e torturadas em internatos católicos pró chefes da Igreja e nem uma palavra do Vaticano, nem um acto de condenação…

Nenhuma legitimidade moral a quem colabora com esta chacina… nenhuma legitimidade moral para quem fecha os olhos à pedofilia, mesmo a que é feita “em nome de deus”!

Ao Vaticano, nenhuma, absolutamente nenhuma legitimidade para falarem de paz, justiça e fraternidade… quem se cala perante a violação de milhares de crianças não merece um pingo de respeito!

(O relatório é composto por 5 volumes, tem 2.600 páginas e pode ser consultado em: childabusecommission.ie)

sábado, 2 de maio de 2009

SOS - Os porcos imperialistas andam a destruir o Mundo!


Andam por ai duas gripes dos porcos… são distintas: é que uma é recente e a outra já dura há anos. Da gripe dos porcos que surgiu no México há pouco tempo todos já ouviram falar, todos já andam alertados, já preparam os hospitais, as acções e já estão a preparar as vacinas… mas e a outra?

Bem a outra toda a gente conhece também e também é muito perigosa porque consegue atacar muitos inocentes vezes sem conta quem se que seja travada.

A gripe dos porcos imperialistas e capitalistas do nosso planeta não tem sido estudada mas já matou 98000 civis no Iraque, milhares no Afeganistão, já calou 50 mil mortes no Darfur, matou 250.000 no Vietname, já destruiu totalmente hiroshima nagasaki, milhares e milhares em Gaza e continua insaciavelmente a sua ofensiva.

Para esta gripe pelos vistos não há vacina… nem estudos quanto mais.

Mas quer-me cá parecer que andam a adjectivar mal os ditos bichos, porque verdadeiros PORCOS, não são esses animais mal cheirosos e comilões nos estábulos… os verdadeiros PORCOS são os que colaboram com esta chacina.

E verdadeira gripe dos porcos é a gripe imperialista e capitalista que mata dia após dia sem olhar para trás… a outra é a gripe dos humanos que também tem de ser combatida, e urgentemente... mas dois pesos e duas medidas? Não nos atirem areia prós olhos!

sábado, 25 de abril de 2009




Abril, o nosso Abril!

terça-feira, 14 de abril de 2009

Lutar, lutar e lutar!


Contra a privatização da àgua:

Eu luto;
Tu lutas;
Ele luta;
Ela luta;
Nós lutamos;
Vós lutais;
Eles lutam;

domingo, 12 de abril de 2009

Chama-se Binyam Mohamed e foi torturado em Guantanamo

Chama-se Binyam Mohamed sofreu uma tortura medieval em Guantanamo...
Pouco sabe: … pouco se escreveu… pouco se criticou… pouco se comentou… pouco se falou… pouco se publicou.
Porquê?

Aliás parece que para a comunidade internacional, para as ONG´s, organizações internacionais pela Paz e afins estes casos passam ao lado… Não são divulgados, nem dados como exemplos.
Porque?

Binyam Mohamed, assim como outros milhares de presos em Guantanamo foi torturado a sangue frio, não teve nenhum direito de defesa, não teve nada: foi levado para Guantanamo como suspeito de terrorista… sofreu torturas medievais com a cumplicidade dos EUA, da CIA e do Governo Britânico e aqui estamos nós outra vez…
Um continente à beira do mar plantado sem olhar crítico, sem posições, sem medidas, acções e ideias…
Aqui estamos um continente que gosta de lamber botas e fechar os olhos aos direitos humanos, ao respeito pela dignidade das pessoas e às torturas sanguinárias em Guantanamo.
(Para prová-lo é simples, basta uma pesquisa nas imagens do Google)

crianças escudos...

Tem alguns dias mas não interessa: em nome da justiça, isto merece ser recordado.

Israel protagonizou (mais uma vez) uma atrocidade absolutamente desumana: usou um miúdo de 11 anos como escudo humano durante a guerra com o Hamas. Mais uma vez os “grandes” do Mundo ficaram calados, mais uma vez um crime de guerra ficou impune e mais uma vez o a hipocrisia venceu. Triste, mas verdade!

Os reaccionários não se riam: a palestina vencerá!

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Há dois anos foi assim...

8 dicas para mudares a tua escola...

Dica nº 1 – Promove o espírito critico, realiza debates na escola.

Hoje em dia há variados assuntos que os jovens debatem entre si, muitos desses até com bastante relevo, temas tão importantes como a educação sexual, os exames nacionais, o desemprego e outros problemas laborais, ou o ambientalismo.
O importante é que mostres aos teus colegas que as opiniões que eles dão em conversas banais podem ser coerentes ao ponto de serem aplicadas num debate mais formal. É necessário então que consigas explicar aos teus colegas que a opinião deles é tão válida como qualquer outra e que portanto podem e devem usa-la em debates.

Dica nº 2 – Há filmes fenomenais que são autênticos retratos sociais e políticos. Realiza Sessões de cinema na tua escola.

Há filmes que levantam questões essências da vida e da sociedade. A exibição de filmes pode ser uma forma essencial de informar, consciencializar e mobilizar os jovens para causas justas. Filmes como por exemplo o "American histoty X (America Proibida em Português) ou o Hotel Ruanda, são filmes excelentes que fazem os jovens desenvolver o seu pensamento e o seu espírito critico por isso realizares ciclos de cinema no auditório da tua escola (normalmente basta pedir ao Conselho Executivo, explicando o que estás a organizar), é uma peça chave para chegares aos estudantes. Podes inclusive pedir o ápio do grupo de filosofia sempre aberto a este tipo de acções, para onde podem levar as turmas.

Dica nº3 – Faz uma promoção de feriados e dia mundiais importantes.

Celebrações como o dia Mundial dos direitos humanos, o 25 de Abril de 74, o dia Mundial de luta contra a Sida ou o Dia do trabalhador são celebrações que de todo não podem passar ao lado na tua escola por isso aconselhamos-te a fazeres uns cartazes submetidos ao tema para colocares pela tua escola, podes igualmente realizar no âmbito de uma disciplina um debate sobre o tema ou fazer passar um pequeno texto pelas turmas sobre o tema. O importante é que isso não passe ao lado.

Dia nº 4 – Denuncia e apresenta soluções para problemas da tua escola.


Vai constantemente vendo quais são as principais dificuldades dos teus colegas. Todos os dias alguém é discriminado por alguma razão. Sempre que aches coerente podes fazer um panfleto e distribui-lo à porta da escola. Podes também fazer um abaixo-assinado a denunciar o problema e pedir ajuda a colegas para recolher assinaturas e entregar ao Conselho Executivo ou o orgão que pode resolver o problema.
É uma forma de ganhares espaço para veres quais as reacções e caso aches coerente realizares uma greve ou outro protesto sobre isso. É importantíssimo que leves sempre amigos contigo.

Dica 5º - Dicas práticas para organizares uma greve \ manifestação de estudantes.

- Faz cartazes em que menciones que a greve é na tua cidade é importante os jovens sentirem que a greve é marcada pelos estudantes que estão no local. Cola os cartazes por todo o "spot" que encontrares.
- Divulga e convence os teus amigos a mandarem SMS´s
- Cria um panfleto com as principais medidas reivindicativas e com a data e distribuir na hora.
- Vai cedo para a escola com os teus amigos e começa a mobilizar os primeiros que apareçam. Forma com eles um cordão humano para se perceber que se passa alguma coisa.
- Tenta levar um megafone para as pessoas poderem ouvir-vos a reivindicar.

- Faz cartazes e\ou faixas e começa logo a distribuir para o ambiente ser de protesto.
- Convoca todos os midia possíveis, locais e nacionais que dá incentivo a alguns jovens que sentem que alguém os quer ouvir.
- Organiza o pessoal e manda avançar a manif sem medos.

Dica 6º - Desenvolve na tua escola tácticas criativas de protesto.

Podes por exemplo falar com o responsável pelo grupo de teatro para que façam uma peça sobre racismo, discriminação ou opressão e que a representem para pais professores e alunos. Podes desenvolver por exemplo o dia negro, ou seja, convocares o pessoal todo a trazer uma roupa negra em forma de protesto sobre alguma coisa. Podes apelar a uma Flash-Mob em frente ao teu conselho executivo.


Dica Nº7 - Realização de Abaixo-Assinados e Cartas Formais a Órgãos Executivos

É um grande instrumento para mostrares as tuas reivindicações de uma forma mais formal. A partir de um abaixo-assinado, crias um texto onde explicas o que achas que está errado na tua escola/ensino secundário com um fim concreto e podes também, a partir deste mesmo instrumento democrático, apresentares as tuas propostas. Depois de pronto o texto do abaixo-assinado, é só recolheres o máximo de assinaturas de estudantes que estejam de acordo com o que ele defende (o abaixo-assinado pode, obviamente ser elaborado numa reunião geral de alunos convocada pela Associação de Estudantes).

As cartas formais são outra importante forma de expressares as tuas ideias em relação a tudo o que se passa no teu meio escolar e no ensino secundário em geral. Tens variadíssimos endereços com quem contactar - Conselho Executivo, Ministério da Educação, Associação de Estudantes, Movimentos Estudantis, Comunicação Social/Imprensa, Direcções Regionais de Educação, etc...
Podes fazer isto através do correio e também por e-mail.

Dica Nº8 - Os direitos das Associações de Estudantes

Todas as escolas têm o direito a ter uma representação dos alunos na assembleia de escola e nada melhor do que uma Associação de Estudantes para responder a essa necessidade. Se a tua escola ainda não tem Associação de Estudantes, formula um abaixo assinado para que seja agendada uma reunião geral de alunos e nessa reunião, serem marcadas eleições e eleita uma comissão eleitoral: Marcadas as eleições, todos os estudantes podem formar a sua lista, que irá a votos. a lista que for eleita tem como direito e dever de defender os direitos dos estudantes dos estudantes. A Associação tem o dever de marcar RGAs para discutir sua actividade. Qualquer estudantes também pode convocar uma RGA recolhendo assinaturas para isso. Mais info

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Só neste país...

Domingos Nevoa, administrador da Bragaparques, foi condenado a cinco mil euros (?!) por tentativa de corrupção para com o Vereador Sá Fernandes à meia de duzia de semanas…
Há saída do tribunal soletra a alto e bom som: “Vou continuar a fazer aquilo que sempre fiz”.

Há três dias atrás foi nomeado para Presidente da empresa “Braval” empresa intermunicipal de tratamento de resíduos sólidos, que reúne seis autarquias do Baixo Cávado, entre elas a Câmara Municipal de Braga.

Todos os partidos condenaram esta acção, menos um - PS!

Além disso Pedro Machado, cunhado do presidente da Câmara e dirigente do PS foi nomeado para secretário geral da empresa…


Por cá o crime (ainda) compensa.

Só neste país

segunda-feira, 30 de março de 2009

sexta-feira, 20 de março de 2009

Fascismo: não obrigado!

Está a chegar o dia mundial contra a discriminação racial, dia 24 de Março: surpreendi-me quando lendo um artigo sobre este tema no DN vejo a perigosa expressão “a extrema-direita” está mais forte… Realmente tenho acompanhado um site chamado “Fórum Nacional”, que aconselho a todos os que procuram humor mais alternativo, poderia citar algumas preciosidades desse poço de cultura política e de liberdade de opiniões:
Traidores da pátria:
“eu defendo e que a morte deveria ser aprovada para todos os traidores da pátria”
“esses que preferem comprar aos chineses e marroquinos deviam ser exilados para um país do terceiro Mundo”
Cultura cigana:
Um cão pode nascer num estábulo, mas nunca será um cavalo"
“Isto dos ciganos é complicado... parecem os resíduos perigosos da co-incineração, ninguém os quer por perto, mas no 'quintal do vizinho' tudo bem. Entretanto 'esperemos' que o actual regime não seja acusado de «discriminação racial», «apartheid», etc., e a Margarida Moreira (DREN) e o José Sócrates levados a um qualquer tribunal internacional”.
Imigração
“Uma excelente ocasião para as autoridades exercerem uma "acção musculada", como agora é moda dizer-se, e identificarem uns quantos imigrantes ilegais, convidando-os depois gentilmente a sairem do país, mas sem brutalidade ou rudeza, claro. Sempre de forma polida. Se eles não quiserem ou não puderem sair é legalizá-los.”
“deviam marchar sempre em frente durante 4 dias”.

Sexualidades:

“Esses paneleiros de merda deviam todos ir levar no cu para longe para não contaminarem mais aquilo que nos é genuíno a nossa raça”
“Deviam morrer sufocados com um pau no cú, são uns abutres da sociedade.

Mas calma deixo uma ultima dica da analise à extrema direita: Coloquem no youtube: “a extrema-direita existe em Portugal?” irá aparecer a mais completa reportagem dentro da extrema-direita em Portugal, algo absolutamente deprimente mas de indispensável visualização.

Mas, após esta introdução à extrema-direita, em nome da razão devo desmembrar o argumento usado pela Frente Nacional, fracção neo – nazi do movimento nacionalista, que quando os seus matérias são apagados ou vandalizados costumam usar: diz assim: “hipocrisia: censurar liberdades usando o símbolo da liberdade de expressão”.

Mas a este argumento contraponho outro: não merece liberdade para si quem não reconhece a dos outros.
E portanto se a FN é nazi, racista, fascista, xenófoba, homofóbica não respeita respectivamente a liberdade dos imigrantes e das subculturas, das diferentes raças, das diferentes opiniões políticas, dos imigrantes e dos e das homossexuais.
Liberdade para quem põe em causa a dos outros? NUNCA!

Foi em nome dessa liberdade que Portugal viveu 34 anos de ditadura, que 6 milhões de judeus foram brutalmente assassinados, que mulheres, homens e crianças foram torturados em nome de um suposto ideal.

Eu digo Não à extrema-direita porque não ignoro a censura, a tortura e a morte que invadiu o nosso território durante 34 anos.
Eu à extrema-direita mando-a à merda porque para mim a liberdade é o pilar das sociedades.
O Fascismo que vá à merda, há coisas que não se reciclam!

a brincar, a brincar...

sábado, 14 de março de 2009

Angola: auto - colonialismo!

Esse grande “líder” de seu nome José Eduardo dos Santos esteve em Portugal: repleto de elogios por todos (ou quase todos) acusando-o de promover a paz e a Democracia em Angola. Tanto cinismo e tanta demagogia… porque será? Resposta básica: Petróleo!
Muito se elogiou, como disse, o esforço do mister presidente e parece que agora a palavra de ordem é: empresários – tudo para Angola: a terra das oportunidades.
Mas facilmente se desvincula todo este cinismo diplomático que nada tem de mais substancial que o interesse económico de alguns e de algumas, ficando (mais uma vez) o interesse social do povo Angolano posto dede lado, se não vejamos:

- Sobre corrupção nada se disse assim como ninguém que se lembrou que a maior parte do povo Angolano vive na lama e Jose Eduardo dos Santos é um dos homens mais ricos do Mundo…
- José Eduardo dos Santos está há trinta anos no poder quantas vezes foi eleito?
- Em Dezembro morreram dezenas de crianças de uma epidemia de raiva, alguém se lembrou de perguntar o que falhou e o que foi feito para evitar novas situações?
- Os Chineses (e não só) investem cada vez mais em Angola, fala-se quase num imperialismo económico… atrás deles vão outros… mas o que querem afinal estas multinacionais? Ganhar o monopólio dos recursos naturais e mais uma vez, aquilo que é publico e tem de ser público, é privatizado retirando aos Angolanos aquilo que é seu por direito e que deve servir como factor de desenvolvimento. Sobre isto nem uma palavra!
- Nas últimas eleições em Angola, o MPLA ganhou por uma maioria de quase 90 por cento – fantástico, mas porque será? Resposta Simples: o povo Angolano vive em Guerra há anos o que poderia então acontecer caso o MPLA perde-se as eleições? O ressurgimento de uma guerra interna porque os protagonistas não se iriam abster de levantar armas – resultado: não há democracia quando o povo é ameaçado com o ressurgimento de uma guerra.
- Porque é que Portugal (estado) e as empresas Portuguesas não estão então (já que querem o desenvolvimento de Angola), interessado(as) em construir um serviço nacional de saúde, uma rede sólida de escolas ou um sistema de distribuição de água que chegue a todos os pontos de Angola?
- E por ultimo no meio de tanta pompa e circunstância quantas vezes de falou afinal dos angolanos, das suas condições de vida, liberdades « nestas cerimonias?

Eu não apertaria a mão a José Eduardo dos Santos e tenho orgulho que haja um partido com coragem para não o fazer…

Reafirmo a pergunta: para onde foi o sonho de Agostinho Neto?

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Manipuladores da verdade!


Poderíamos regressar ao século das luzes (XVII) para encontrarmos o fundamento jurídico dos três direitos básicos a que o ser humano tem direito -liberdade, igualdade e felicidade: Tanto nas ideias de Rousseau, Montesquieu, Voltaire, Locke, Diderot e D'Alembert, Descartes, tanto em documentos como a Declaração da Independência dos EUA ou a primeira constituição Francesa (do período revolucionário) … Mas onde se encontra o maior fundamento e coerência é sem dúvida no movimento social Francês: O Povo – camponês, operário, agricultor, artesão -, movia-se pela igualdade pelo fim do privilégio de classe e pela livre opinião, pelo fim da contínua opressão de uma classe privilegiada sobre outra – o Povo.
Senti-me obrigado a fazer esta análise. A verdade é que os tempos mudaram e hoje a questão da igualdade não se coloca meramente à condição de nascimento, que embora ainda aconteça não é tão comum nem aceitável, mas sim às novas realidades, formas de ver o Mundo, a Vida e o Homem.

Por outro lado, não podemos refutar que uma sociedade sem trabalho não se consegue desenvolver, muito menos promover a igualdade: se há um grupo que trabalha e outro que não então não estamos em pé de igualdade de oportunidade…
Mas, ainda sobre igualdade e trabalho há mais que se diga: a propósito das novas questões sociais em discussão na sociedade portuguesa – casamento e adopção homossexual, eutanásia -, importa antes de mais acabar com a hipocrisia do argumento: “com tanto desemprego não nos deveriamos preocupar com o casamento gay e a euntanasia".

Este argumento é totalmente incoerente e estúpido: um governo não se consegue preocupar numa legislatura só com o desemprego porque as suas ares de influência são enormes…

Agora eu pergunto o seguinte: existe algum critério que diga: Por se resolver uma questão de liberdades, direitos e garantias (casamento e adpção homosexual e eutanasia), não se pode resolver as questões do desemprego e do subemprego? Que eu saiba... NÃO! (ponto).

Este argumento está totalmente envolto num preconceito atroz… e é simples: “eu para não mostrar os meus argumentos conservadores e preconceituosos sobre esta matéria aplico o argumento de que há outras prioridades, e dada a relevância dessas novas oportunidades fico com um argumento bem consistente.
Importa então clarificar para que esses manipuladores da razão e do conhecimento humano não nos influenciem.

O Governo está divido em áreas de intervenção – ministérios, que por sua vez têm responsáveis específicos para tratar dos assuntos;
Ou seja combater a discriminação aos homossexuais legalizando o casamento; Dar uma oportunidade de AMOR E FELICIDADE a uma criança órfã por um casal homossexual; Dar a liberdade de viver ou morrer aos doentes em fases terminais sem possibilidade de cura; Não invalidade, em NADA ABSOLUTAMENTE NADA, a implementação de políticas de emprego – de fixação de empresas e serviços, de combate ao trabalho precário…
As políticas de emprego dependem de uma única coisa: delas próprias.

E portanto – afirmo, reafirmo, definido e redefino -, é perfeitamente compatível a implementação de uma política de promoção de liberdade e igualdade aos homossexuais e aos doentes em fase terminal com uma política de emprego, fixação de empresas, combate à precariedade e de diminuição do custo de vida.
Este argumento não passa mais de conservadorismo que quer iludir, com todas as letras, servindo-se naturalmente de uma falácia…

Não nos deixemos enganar: temos a razão no nosso lado!

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

"traz outro amigo, também"

Vivem-se tempos conturbados, de agitação social e política: a causa da crise financeira, económica e social foi apresentada nua e crua aos povos do Mundo…
Os roubos, escândalos, as redes e as negociatas nas entrelinhas, os pactos entre reguladores e regulados e a hipocrisia de quem não se preocupa um mínimo que seja com a vida dos outros são a principal arma que a esquerda de hoje tem para combater e denunciar um sistema podre que à muito se mostra ineficaz para unir ética e moralmente pessoas, combater desigualdades, promover um desenvolvimento sustentável e promover a paz mundial.
Nunca o podre desse sistema esteve tão visível… e nunca tivemos uma conjuntura de mudança como agora.
Até os ex – defensores dos offshores vêm hoje levantar-se contra eles… não passam de meras intenções (para já), veremos no futuro.

Esta chacina capitalista e imperialista esta em decadência e nunca ouvimos tão boas recepções sociais a termos como “nacionalização” ou “socialismo”. Nunca tivemos uma conjuntura que torna-se tão actual propostas como o imposto sobre as grandes fortunas, o fim do sigilo nas movimentações monetárias, o fim dos offshores oua nacionalização dos sectores estratégicos e essenciais às pessoas.
Mas perante o clima de contestação que se vive em toda a Europa onde se acenderá o rastilho?
Vemos grandes contestações mas quase todas isoladas sem um fio condutor:

Tivemos a Grécia com estudantes, precários, desempregados a sair às ruas;

Em França temos um movimento de esquerda unitária em greve com adesão da classe trabalhadora.

Temos em Irlanda, mais de cem mil em manifestação e a ameaçar greve;

São estes três grandes exemplos da nova luta que se trava. Uma luta unitária, de estudantes, trabalhadores, desempregados, precários – é esta a nova luta a que a esquerda não fecha nem pode fechar os olhos e é com ela que a nova esquerda cria a refundação de um projecto político capaz de mudar de paradigma social e político que nos vivemos e que nos remete a um futuro negro, cinzento e a fazer de realidades pobreza, as desigualdades, a precarização e a opressão das minorias, realidades que temos de aceitar impávidos, serenos e conformados.
“Calados nos querem, rebeldes nos terão!”

Fuck the capitalism System!

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

(des)igualdade...

Esta semana apercebi-me que o número de casos de estudantes do superior da minha cidade a passar graves dificuldades estava a aumentar estonteantemente… Fruto não só da crise. Mas também na negociarização e da discriminação da Universidade.
Além dos apoios especiais que apenas chegam a 20 estudantes… Os estudantes começam a recorrer às doações de géneros alimentares do Banco Alimentar e a outras instituições.

O Reitor da UBI (Universidade da Beira Interior) afirma que vários professores quotizam-se para pagar as propinas a alunos e outros são fiadores de empréstimos que estudantes efectuam junto da banca para poderem estudar.
Empréstimos que se acumulam e acumulam extorquindo gravemente os estudantes com taxas de juro abusivas para quem estuda – ainda por cima no superior.
Não será por acaso que a UBI tem a maior percentagem de alunos bolseiros em Portugal (37% dos 5.800 estudantes).

Mas não é só a negociarização da Universidade que gera esta realidade. O que é facto é que apesar de ser uma Universidade instaurada no Interior do país continua a sofrer cortes orçamentais do poder central.
E note-se que não é uma Universidade de segunda… é uma Universidade a ganhar um grande espaço a nível nacional onde se especializam alguns dos melhores da aeronáutica e onde já existe faculdade de medicina.

E perante a importância que uma Universidade do Interior vai ganhando o poder central o que faz é prosseguir uma política errada de discriminação negativa em relação ao Interior, como se este não representa-se quase nada nem ninguém.
Inventem-se novas políticas que estas só nos destroem!

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Madagascar - um massacre escondido!

No Sábado dia 7 de Fevereiro uma manifestação em Madagascar acabou em 23 mortos, num bruto massacre ordenado pelas forças do governo...

Nas ultimas duas semanas em protestos já foram mortas 125 pessoas.

E como se isso não bastasse os manifestantes não estavam armados, a única força que tinham era a coragem.

Mas estranha-se o silêncio da comunicade internacional não? Resposta simples: “Madagascar abriu suas portas para muitas companhias estrangeiras, que estão explorando petróleo, ouro, cobalto, níquel e urânio.”

Quando há petroleo, interesses económicos ou políticos faz-se votos de silêncio perante os massacres... acontece actualmente no Medio Oriente, em Africa entre muitos outros...

Mas nós não nos calamos!


Podes ver aqui as fotos do massacre.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

por todos os Alexis do Mundo !



Foi um momento inexplicável... sintam!

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Sexta-Feira, 21h00, Teatro das Beiras

"Medicos e não espiões"


Há uns tempos atrás escrevi para aqui sobre uma pessoa que odeio profundamente, Silvio Berlusconi. Um político sem o mínimo de consciência sobre direitos humanos que vê os imigrantes como seres inferiores e que “desrespeitam” a cultura ocidental em particular a Italiana. Já teve ideias tão absurdas como obrigar os ciganos a colocarem a sua etnia do BI para serem mais facilmente serem reconhecidos ou pior de tudo dividir os estudantes Italianos dos Estrangeiros… Como se isso não bastasse colocou militares na rua para “caçar” os imigrantes ilegais que nada mais querem que uma simples legalização.

Agora lembrou-se de outra: Dar autorização aos médicos para denunciarem imigrantes ilegais com vista a prende-los e expulsa-los do país.
Já é altura de alguém tomar uma atitude… onde estão agora as políticas de integração da EU? E onde estão as sanções a quem as desrespeita?
Este senhor queria poder prender os imigrantes durante 18 meses até à expulsão. Outra das medidas do era limitar a restrição ao direito de reagrupamento familiar, limitar aos imigrantes que já estivessem há mais de cinco anos em Itália e finalmente, a medida que previa a expulsão dos imigrantes que violassem os direitos de autor.
Mas felizmente o senado negou-se!

Pessoas como ele é que deviam estar presas!

É horrível, mas é verdade.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Bolivia - Uma Luta pela Liberdade !



É altura de celebração para as comunidades indígenas, para todos os povos nativos e para todas étnicas bolivianas. É altura do povo Boliviano sair à rua e mostrar com garra, motivação e orgulho o grande passo que se estar dar em termos de direitos, liberdades, garantias e de justiça! Esta na altura de reafirmarmos o projecto Boliviano como um projecto de luta comum em todos os lugares onde a opressão aos povos prossegue a sua ofensiva camuflada pelo tenebroso “avanço civilizacional ocidental”.

Apesar de não se ver grande abordagem ao assunto nos media é de realçar que Sim ganhou na Bolívia. 60 % dos Bolivianos votou Sim à nova constituição.
Finalmente os direitos dos indígenas foram reconhecidos: povo esse sacrificado pela comunidade ocidental em nome do avanço civilizacional (?!?!?!). Os indígenas (80% da população da Bolívia) podem agora passar a dispor de uma quota obrigatória em todos os níveis de eleição, a ter propriedade exclusiva dos recursos florestais e direitos sobre a terra e os recursos hídricos. É estabelecida a equivalência entre a justiça tradicional indígena e a justiça ordinária do país, autorizando tribos a julgarem e punirem suspeitos de crimes segundo os seus costumes tradicionais, e não de acordo com os preceitos jurídicos herdados da colonização espanhola.
Não se vive num estado de direito… Vive-se sim, um estado multicultural, multiétnico e “multietico”: onde comunidades vivem entre si com leis próprias - respeitando as restantes; onde comunidades vivem com códigos de conduta pessoal e social próprios e diferentes uns dos outros; Onde comunidades julgam e punem segundo uma consciência étnica comum , fiel aos valores da sua comunidade; Onde comunidades diferentes, opostas se conseguem respeitar e encontrar (sem imposição legislativa) soluções simples e pacificas para os seus problemas.

Não existe portanto uma conjuntura para uma subjugação de liberdades (estado autoritário) – a teoria de Jonh Locke não se adequa neste caso, visto que se os povos coabitam pacifica e positivamente sem grande problemas não se impõe a necessidade de uma autoridade estatal mas apenas uma regulação de pontos mais extremos… Ambas as tribos, raças, etnias e toda a população em geral consegue viver pacificamente. Obviamente tem de haver um código de justiça base que respeite os direitos humanos mas torna-se totalmente desnecessária uma legislação ambígua, imposta por modelos colonizadores ocidentais que não fazem qualquer sentido naquela especifica realidade...(que não passam isso sim de meras teorias que defendem uma grande autoridade estatal baseada num modelo social ocidental que o justifica mas não faz sentido isso existir na Bolivia).

Mas, não nos fiquemos por aqui sobre o novo referendo na Bolivia. A partir de agora vai ser limitada a terra dos grandes latifundiários (entre 10 mil e 5 mil) – acaba-se de vez com os abusos dos regimes monopolistas da terra controlados pelos grandes latifundiários instituídos numa espécie de capitalismo rural “aceitável” (supostamente visando a socialização dos benefícios) excluído o grosso que trabalha a terra – os povos (esses sim em luta pelo bem comum).
A nível económico vai ser exigido às empresas estrangeiras que reinvistam os seus lucros na Bolívia; Uma questão de justiça simples – “tudo o que ganhas connosco e à nossa custa tens de investir na nossa terra e em nosso benefício.”
A Igreja contesta o facto de se colocar todas as religiões em pé de igualdade, retirando ao catolicismo o lugar da "religião oficial do Estado".

Por outro lado, a Igreja critica a omissão do novo texto em relação ao direito à vida desde a concepção e em relação aos casamentos homossexuais, temendo posteriores legislações progressistas nestes temas – mais do mesmo, sempre do mesmo!
Bem, não quero fazer da Bolivia um paraíso – Não o é… Mas apesar de todos os problemas estruturais que provenientes de anos e anos de colonialismo e imperialismo (que reduziram o povo à miséria), apesar de toda uma política falhada no respeito pelos Indígenas; apesar de toda a pobreza proveniente de um modelo de desenvolvimento retrógrada desajustado à realidade local (refém do modelo civilizacional ocidental) a Bolivia caminha a largo passos para uma mudança substancial.

Uma mudança em nome do respeito pelas culturas, pelos povos, pela terra, pela natureza, pela justiça social, pela harmonização das relações culturais, pela socialização dos bens endógenos, dos lucros e das características naturais e sobretudo uma Mudança adequada à realidade social do país.

Esta é uma luta que nos passa muito lado, mas uma luta essencial, inesgotável e rica… Uma luta não só pela libertação dos povos mas uma luta connosco próprios – pela compreensão das culturas, dos seus hábitos, das suas leis, das suas tradições. Uma luta difícil - muitas vezes contra o modelo etnocêntrico da nossa consciência – mas uma luta sobretudo que nos enriquece a todos os níveis.
Sem ela sentir-me-ia incompleto.

Cá estaremos, Bolívia, para te ver crescer.

João Nuno Mineiro - 26\01\09

domingo, 25 de janeiro de 2009

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Juntos pela PAZ !


Um grupo de três jovens do ensino secundário da cidade da Covilhã decidiu organizar uma acção simbólica pela paz na faixa de Gaza. A acção decorreu no passado dia 23 de Dezembro entre as 21h00 e as 22h00 na praça do município. A intensa chuva e o vento forte não desmobilizaram as cerca de duas dezenas de pessoas que se deslocaram para a acção. Maioritariamente jovens embora algumas pessoas de zonas mais afastadas como caria ou Belmonte. Acção decorreu sem qualquer incidente. Promoveu-se uma conversa sobre o conflito: quais as consequências, o estado actual da faixa de Gaza, o papel da ajuda humanitária e da comunidade internacional e o futuro do conflito. Seguidamente procedeu-se a um minuto de silêncio em nome das 1300 vítimas mortais e dos 5000 feridos provenientes da s ultimas 3 semanas de ofensiva. Na faixa pintada pela organização podia ler-se: “Faixa de Paz” uma clara metáfora ao nome do território e ao objectivo da acção. Entretanto dois jovens realizavam um vídeo sobre a acção entrevistando os manifestantes sobre o conflito e a importância deste tipo de movimentos. No final ficou a certeza de que muito mais é possível fazer, muitas mais forças se podem juntar às causas nobres e sobretudo que a luta pela Paz não pode ter limites e deve ser uma prioridade de toda a sociedade.

Estaremos juntos, SEMPRE!

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Quando os humanos se tornam animais...


O Egipto decidiu avançar e o acordo de trégua foi apresentado, segundo consta, Israel prepara-se para assinar um novo acordo de trégua mas, e porque existe sempre um “mas” as tropas Israelitas irão manter-se no território.
Estranho como um acordo “pacífico” permita que as forças militares permaneçam no território que praticamente destruíram. Mas fora estas puras e cruas hipocrisias políticas intituladas de “paz armada” (que apenas servem para alimentar o problema falamos uma analise destes últimos dias): Temos contabilizado cerca de 1100 mortos, uma média de 65 por dia, mas além disso temos mais de 3000 feridos…

Mas note-se que Israel nunca quis destruir o Hamas mas sim todo o povo… Israel fez questão de bombardear um armazém das nações unidas. Armazém esse que continha material medico. Mas que porra é esta afinal? O Hamas está escondido nos armazéns da ONU?

O que é que fizeram os governos ocidentais sobre isto? NADA!
Israel matou, feriou e destruiu um armazém de cuidados médicos, isto é desumano! Segundo os médicos sem fronteiras mais de metade dos feriados vão morrer. É triste.

Israel declarou também que Gaza não vive uma real catástrofe humanitária. Será possível?
A união europeia diz que a ofensiva se trata de uma “acção defensiva”. Será possível?

Em Gaza famílias viram filhos assassinados. Em Gaza famílias ficaram sem luz e sem água. Em Gaza há falta de comida, há fome pura e crua. Em Gaza foram mortos humanistas que colaboravam em acções humanitárias. Em Gaza acabaram-se os medicamentos. Em Gaza sente-se o medo, sente-se o crime, sente-se a Guerra.

Gaza, um alvo do terrorismo, do imperialismo, da barbárie imperialista.
Gaza: quantos sem casa? Sem família? Sem amigos? Sem comida? Sem agua? Sem luz? Sem educação? Sem cuidados de saúde?

O meu enorme voto de vergonha por existirem governos como o de Israel.
O meu enorme voto de vergonha por haverem cúmplices de genocídios como a EU e os EUA.
O meu enorme voto de vergonha por pertencer ao mesmo Mundo que vocês.

João Nuno Mineiro

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Governo Brasileiro quer construir muro para travar favela


O governo do Estado do Rio de Janeiro pretende construir um muro para tentar impedir a expansão da favela Dona Marta, no bairro de Botafogo, zona sul da cidade. "O que se fizer será muito semelhante ao que Israel faz com os palestinianos ou com o que aconteceu na África do Sul".

O projecto, defendido pelo governador Sérgio Cabral, estipula que a barreira teria três metros de altura e 650 de comprimento. Muro esse que isolaria as 10 milhares de pessoas que vivem em condições Sub - humanas na favela e que tornaria a pobreza, a exclusão, a doença, a criminalidade e a desigualdade como realidades secundárias e para segundo plano.

Vários líderes comunitários da favela Dona Marta, consideram que a medida acentuaria a segregação a que os moradores já estão sujeitos. Será moralmente aceitável que a responsabilidade de combate à pobreza seja atirada para segundo plano? Será moralmente aceitável que o combate à segregação seja colocado em segundo plano? Será compreensível generalizar-se as 10 mil pessoas da favela ao tráfico de droga sujeitando milhares de homens, mulheres e crianças inocentes ao completo isolamento?

O governador reiterou que a prioridade das autoridades é "enfrentar o tráfico de drogas e as milícias, impondo limites ao crescimento desordenado" ao passo que sobre a pobreza, as doenças de rua, o desemprego e a segregação que são realidades da favela, o governador nada tem a dizer… O combate à criminalidade, ao trafico de droga e aos negócios ilegais paralelos não se combaterá afinal com politicas de integração, educação, combate à pobreza e de emprego emprego? A prioridade na resolução dos problemas tem de ser a causa sem isso nunca se chegara a lado nenhum.

"O que se fizer será muito semelhante ao que Israel faz com os palestinianos ou com o que aconteceu na África do Sul", classificou Maurício Campos, da rede de organizações não-governamentais (ONG) Comunidades Contra a Violência.

A verdade é essa. Em nome do combate ao tráfico de droga a segregação vai-se generalizar, e as pessoas vão viver um isolamento económico e social brutal que nada vai contribuir para a resolução real dos seus problemas. O projecto foi ainda criticado pelo antigo prefeito do Rio, César Maia, e pelo ambientalista David Zee, professor na Universidade Estadual do Rio de Janeiro. "Essa verba aplicada na construção do muro devia ser canalizada para programas de educação para que os próprios moradores se tornem os fiscalizadores de possíveis invasões de novos traficantes", expôs. Zee defende mesmo que a construção do muro demonstra "apenas" a incompetência do poder público em enfrentar os traficantes que dominam parte das cerca de 700 favelas da cidade: "[O muro] não surte efeito nenhum, as autoridades viram as costas e aproveitam o muro para fazer a parede da casa deles. Acho agressivo visualmente na paisagem local, um negócio desse tamanho pode servir até de trincheira para tiro".

O antigo autarca do Rio considerou que "um muro sempre dá a ideia de gueto" e sugeriu que "muito melhor seria uma divisão com uso de vegetação própria, que cumpriria a mesma função sem que as pessoas se sentissem dentro de uma casamata". "Não pode continuar a ser da índole dos brasileiros separar por meios materiais os bairros mais luxuosos das comunidades mais pobres", reforçou César Maia.

João Mineiro in, www.blocomotiva.net

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Karl Marx - A religião e a aceitação da desigualdade...

É importante no estudo das sociedades e dos comportamentos sociais que nunca esqueçamos a dimensão religiosa do ser humano. Mas qual será realmente a relação da religião com a política, com os conflitos ou com as relações sociais? …Perguntas em aberto, ou talvez não. Podemos provar, historicamente, os grandes erros das religiões… Podemos falar nas cruzadas, na inquisição, na face negra (embora curta) do budismo, ou no Index (dimensão cultural) mas não precisamos de ir muito longe. Segundo os médicos sem fronteiras, algumas das maiores crises humanitárias de 2008 são Somália, Mianmar, Zimbábue, República Democrática do Congo, Etiópia, Paquistão, Sudão, Iraque.De facto muitos destes países são afectados por graves conflitos políticos, militares e económicos. Mas se repararmos em todos eles há um factor que agudiza e agrava os conflitos: a religião (indirecta ou directamente – embora muitas vezes silenciadas pelos media por a dimensão religiosa ser politicamente correcta).

Mas mais que não é a religião se não uma aceitação da desigualdade?Uma arma do poder que torna a sociedade desigual?Que mais não é a religião se não um instrumento de consolidação da sociedade dividida por classes?Que mais que não é a religião que uma aceitação de uma injustiça?Bem, esta questão não passou ao lado de Karl Marx. Este fez uma excelente análise da relação entre a sociedade, a politica e a religião.

Citando:
"Tanto o judaísmo como o cristianismo, são frutos da sociedade dividida em classes. São ideologias impotentes para combater a exploração do homem pelo homem. As religiões, em geral, são um protesto contra a vida insatisfatória que é dada aos homens. Porém, a religião é uma ideologia impotente para orientar, na prática, a luta pela transformação do mundo, a luta pela superação das instituições baseadas na propriedade privada. Por isso as religiões funcionam como o ópio do povo, pregando conformismo e a resignação. No entanto as religiões não existem por acaso, essas religiões reflectem a situação em que se encontra o mundo. SE QUISERMOS LIBERTAR O HOMEM DAS SUAS ILUSÕES RELIGIOSAS, PRECISAMOS MUDAR O MUNDO QUE AS TORNOU NECESSÁRIAS. Não adianta combater o efeito sem modificar a causa!" (Karl Marx)
João Mineiro

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009