segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Karl Marx - A religião e a aceitação da desigualdade...

É importante no estudo das sociedades e dos comportamentos sociais que nunca esqueçamos a dimensão religiosa do ser humano. Mas qual será realmente a relação da religião com a política, com os conflitos ou com as relações sociais? …Perguntas em aberto, ou talvez não. Podemos provar, historicamente, os grandes erros das religiões… Podemos falar nas cruzadas, na inquisição, na face negra (embora curta) do budismo, ou no Index (dimensão cultural) mas não precisamos de ir muito longe. Segundo os médicos sem fronteiras, algumas das maiores crises humanitárias de 2008 são Somália, Mianmar, Zimbábue, República Democrática do Congo, Etiópia, Paquistão, Sudão, Iraque.De facto muitos destes países são afectados por graves conflitos políticos, militares e económicos. Mas se repararmos em todos eles há um factor que agudiza e agrava os conflitos: a religião (indirecta ou directamente – embora muitas vezes silenciadas pelos media por a dimensão religiosa ser politicamente correcta).

Mas mais que não é a religião se não uma aceitação da desigualdade?Uma arma do poder que torna a sociedade desigual?Que mais não é a religião se não um instrumento de consolidação da sociedade dividida por classes?Que mais que não é a religião que uma aceitação de uma injustiça?Bem, esta questão não passou ao lado de Karl Marx. Este fez uma excelente análise da relação entre a sociedade, a politica e a religião.

Citando:
"Tanto o judaísmo como o cristianismo, são frutos da sociedade dividida em classes. São ideologias impotentes para combater a exploração do homem pelo homem. As religiões, em geral, são um protesto contra a vida insatisfatória que é dada aos homens. Porém, a religião é uma ideologia impotente para orientar, na prática, a luta pela transformação do mundo, a luta pela superação das instituições baseadas na propriedade privada. Por isso as religiões funcionam como o ópio do povo, pregando conformismo e a resignação. No entanto as religiões não existem por acaso, essas religiões reflectem a situação em que se encontra o mundo. SE QUISERMOS LIBERTAR O HOMEM DAS SUAS ILUSÕES RELIGIOSAS, PRECISAMOS MUDAR O MUNDO QUE AS TORNOU NECESSÁRIAS. Não adianta combater o efeito sem modificar a causa!" (Karl Marx)
João Mineiro

1 comentário:

Unknown disse...

É por isso tudo que as religiões devam ser combatidas. Nos meu blog "E assim é..." falo bastante da actuação da religião nas sociedades, assim como na participação que faço, ao comentar, no Portal Ateu (que desde já aconselho).
A religião nada mais é, precisamente, uma maneira de controlar os povos. O medo é das armas mais eficazes quando queremos rebaixar alguém, tornar alguém maleável....Haverá coisa melhor que as chamas de um Inferno que nos dilacerarão a pele durante anos verdadeiramente intermináveis? Mas, tal como os cães, precisamos que incentivem as "boas práticas", oferecendo para isso a recompensa do Paraíso, tal como a um cão se oferece um osso. Através da inexistência das religiões acredito que, embora isto seja triste, se tornasse a população mais forte, sem precisar constantemente da muleta de deus ou de usá-lo como bode expiatório. Evidentemente que isso acarretaria problemas para as pessoas mentalmente mais fracas porque, embora eu acredite que todas as pessoas devam ser igualmente tratadas independentemente de raça, orientação sexual, religião, a partir do momento em que as conhecemos é-nos praticamente impossível não as ter como pessoas "fortes" e "fracas". Devido ao subjectivismo desta questão acredito que as religiões não possam ser extinguidas, embora isso fosse muito melhor para o mundo todo.