domingo, 27 de julho de 2008

Em Portugal reabilitação é discriminação...

Em Portugal reabilitação é discriminação…


Em Portugal as minorias étnicas, as populações com condições sociais diferentes, os grupos de imigrantes e as comunidades de discrepantes culturas são vistas praticamente como “lixo” social. São alvo de Racismo e Xenofobismo quer directa, quer indirectamente. O desprezo, a desatenção e a discriminação pelas minorias em Portugal é um problema que se vive há anos. Hoje em dia as piadas sobre Chineses, Negros, Homossexuais, Ciganos, Muçulmanos, Transexuais etc são uma constante na sociedade. Mais… Quantos negros vemos à frente de um balcão de um banco e quantos vemos numa loja de fast food? Isto não é um problema de níveis de instrução, mas sim de racismo e discriminação.
Mas esta discriminação, às minorias vai muito para além do acesso emprego. As autarquias tiveram a (in)feliz ideia de criar os “bairros sociais”, conceito que apenas camufla a palavra “guetto”. Mas o que se passa é que todas as famílias de baixo rendimento, de etnias diferentes, de culturas minoritárias e de imigrantes que precisam de reabilitação são empurrados de forma discriminatória para esses “bairros sociais”. Forma-se assim um foço entre a cultura maioritária (área urbana) e as culturas minoritárias (áreas suburbanas). Isto é um absurdo. Partir do pressuposto que as diferentes culturas e etnias não podem coabitar com a cultura portuguesa, desenvolvendo processos de socialização baseados no respeito, e pensar que estas apenas vão “contaminar” a nossa sociedade, é um pleno acto de etnocentrismo.
Nestes “bairros sociais”, as condições de vida são gravíssimas. Os jovens devido aos baixos rendimentos dos pais e à falta de apoio do estado e das autarquias às famílias, vêm-se privados de uma educação de qualidade e de um futuro promissor. Estes jovens entram assim no mundo do crime, que parece ser a sua única alternativa,para assegurarem o mínimo de condições de vida.
Os pais mergulhados no desespero de terem filhos no mundo do crime para conseguirem viver, no repúdio de não conseguirem dar um futuro à sua família e no desalento de serem explorados e discriminados pela sociedade, entram em graves crises de cólera, auto -desprezo e solidão.
A maior parte das vezes, o consumo e tráfico de estupefacientes, o excessivo consumo de álcool e a criação de um ódio interior a toda a sociedade parecem ser as soluções que encontram. A partir daí a sua identidade interior morre…
Assim se vê a realidade dos “bairros sociais” que as autarquias criam e que promovem um ciclo vicioso de discriminação, baixos rendimentos, crime, droga, auto-desprezo, solidão, morte interior e desrespeito pelos direitos humanos.

Muitos artistas de música RAP têm alertado para estes problemas, mas a visão autoritária, irracional e etnocêntrica das autarquias, contínua ano após ano a reabilitar pessoas em “bairros sociais” e a promover a exclusão das minorias, como se não existissem alternativas possíveis. As pessoas merecem consideração, respeito e dignidade. Não merecem que as autarquias as tratem como pleno “lixo” social que vai contaminar a nossa sociedade e a nossa cultura. É este o quadro capitalista que nos oferece esta realidade, onde o respeito, a igualdade e a justiça (por enquanto) não passam de uma ilusão.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Poesia: Olhar o Mundo.

Para quem gosta de poesia, do sentimento lirico... deixo uma seria de poemas que eu fiz à uns tempos:



A cara da opressão.

O Contribuinte contrariado…
O livre – arbítrio ignorado…
O espírito crítico desprezado …
O pensamento menosprezado …!
O aglomerar em guetos
A opressão dos sensíveis!
A repressão dos insensíveis!
O povo oprimido desde os ciganos aos negros…
O desrespeito pelo pensar
Pela vontade de construir
É a instrumentalização do ser humano
Um profundo corte, na capacidade de agir!

É ignorar o Homem, credibilizar a animalidade
É desprezar a capacidade de criação
É um fundo negro na história da Humanidade
É a ignorância ao extremo, a cara desbotada da opressão


Trova do vagabundo

Pergunto ao Vagabundo
Memoriais de Portugal
Recita-me genuínas histórias
Da Revolução Nacional

Inspirada em Delgado
Sem Medo, com ambição
Foi uma referência política
Para quem os cravos tinha na mão

Liberdade por Salgueiro
Ao som de Zeca e Adriano
Desenhava-se uma revolta
Que se formava atrás do pano



Estratégia e união popular
Solidariedade, concretização
Encaixaram este dia
Na biografia da nossa nação

Democracia, Liberdade
Saúde e Educação
Eram os gritos estóicos
Enraivecidos da população

Do quartel do Carmo
Vieram gritos de vitória
25 De Abril de 74
Tinha ficado na história

Fascismo derrubado
A esquerda completa Abril
Havia contudo o risco
Do inicio de uma guerra civil

Comunistas e Socialistas
Lutaram pelo poder
Credibilizou a direita
Que nesta altura se fez nascer

Hoje 34 anos depois
A memória resvalasse
A certeza que este dia
Nunca mais se repete

Agora em tempo de crise
Onde estão os valores e a educação?
Onde estão as vozes, os gritos e os cravos?
Onde está a revolta, e a força da revolução?

Agora em tempos negros
Abril precisa de ser ressuscitado
Precisamos de ter na rua
O pobre, o diferente e o explorado

Agora todos falam
Ninguém faz o que quer que fosse
Perdeu-se o espírito de unidade
Que em 74, Abril nos trouxe
(…)

O vagabundo era o vento
O tempo a maturidade
que juntos me fizeram
recordar a eterna saudade

Mesmo em tempo de conformismo
Ignorância e manipulação
Há sempre alguém que resiste
Há sempre alguém que diz não!!!!!

Portugal e África – 500 anos de desrespeito

Para uns grandioso, para outros desumano
O meu país é questionável e controverso
Reza a Historia da África colonial
Tão empenhada em desenvolvimento
Utilidade e progresso, eram o pretexto de Portugal
Ganância, desrespeito e racismo: eram a realidade colonial
Arrogância, brutalidade e oportunismo, foram as chaves para o império
Lealdade e respeito, faltaram a este pais que se dizia sério

A exploração, escravatura e opressão, eram pão - nosso de cada dia
Fraternidade, respeito e Liberdade não passaram de uma utopia
Revolta, revolução e Guerra, foram realidades sociais
Ignorância e falta de diálogo deram origem a povos tribais
Colónias revoltadas, um “novo” mundo se formou
África ficou sem nada, o meu país tudo levou.


Por agora à que remediar, e por fim ao racismo
A igualdade e o respeito pela diferença e o fim do etnocentrismo
Zelar, lutar e respeitar, por uma África que se está a formar…

Deus Humanista (a consciência)

Omnipotente e omnipresente…na minha quotidianidade
Serei seu eterno crenteporque ele é a intemporal verdade!
Não se esconde do MundoPara não revelar a sua verdadeira identidade…
…porque o meu Deus é visível…
para Ateus, Cépticos e quem vive na incredulidade
O meu Deus apoia! Resolve! Interioriza!
Dá tudo o que pode!Até o que ele mais precisa…
Eu acredito no meu Deus
Elucidou-me o preconceito…
A ele desejo tudo
Pois ele a tudo tem direito!
Inexplicável! Único! ele carrega Harmonia
E quando o Sorriso morre…… é ele que me devolve a alegria!
Ele não assimiladescrenças, hipocrisia, tacanhez e impureza
Pois a Verdade, Paz e o Pacifismosão o pão que me põe na mesa!
O meu Deus é primeira pessoa!
O meu Deus sou eu!
Pois eu acredito em mim…… e não na invisibilidade de algo que nunca apareceu.
O meu Deus, é o teu Deus
Esta foi a verdade que eu escrevi…
… se precisares do teu DeusProcura a consciência dentro de ti!


Reafirmação

Palavras, acções
Teorias e práticas
Reflexões vazias
Determinações fanáticas

Fanatismo e preconceito
Conformismo e arrogância
Terminologia e conceito
Desprezo e ignorância

Verdade, diversidade
Justiça, igualdade
Liberdade e respeito
Conceito mórbidos, que vagueiam no seu leito

Morte, vida ou incerteza
Resistência e reanimação
Reafirmação de conceitos
Pela honra dos que tenho no coração.


Inspiração desmazelada

Aparição à brisa espontânea
Denotação ou conotação?
Incerteza porém…
A verdade é que obra-prima antiga e contemporânea
Foi sempre feita ao sustento da inspiração momentânea
Encaixes definições, num momento completamente inóspito
Afirmação ambígua, entre o boémio e o sóbrio

Controvérsia quotidiana
Caracterizada pela banalidade
Momentos únicos, puros no vazio da saudade…
Quando a razão surge
Em momentos inoportunos
Surgem obras incomensuráveis à sombra de desabafos profundos

Quando a brisa azula e o vazio regressa
Fica a certeza…
… de que a inspiração é ignorante e controversa.



Eloquência oportunista

Eloquência que nos tenta persuadir
Formatando e antecipando o sentimento que vamos sentir
(Invadir)
Mas eu pergunto incessantemente
Aquilo que o homem discursa corresponde ao que sente?

Retórica férrea e convicta
Oratória medida á sombra de influências externas
Convicção exclusiva e mítica
Discurso enganador que quer corre sem pernas.
(Fundamentos e Argumentos)

Chega de discursos hipócritas…!




Patriotismo por ocasião

365 dias, mais de 20 feriados nacionais
Desconhecimento da população, quase ignorados pelos jornais
Abril, Maio, Outubro e Junho
Dias de patriotismo e orgulho
Abafados pelo futebol
Com se isso representa-se um futuro…

Patriotismo por ocasião
Só em tempos de selecção
Desrespeitando todos os feitos
Que grudaram a nossa nação

Portugal não é selecção
Nem futebol, nem banalidade
Portugal somos nós
O passado e a saudade

Portugal é esperança e desespero
Portugal é mentira e veracidade
Portugal é 365 dias
De orgulho, eternidade mas também de falsidade

Portugal é tudo, todos, passado futuro e presente
Presente incondicional, constante e de memórias
Não 11 pessoas nem grandes pseudo famas enaltecidas em glória,
Portugal somos todos, cada vida. Cada alma: A escrita da nossa história




As incertezas do Futuro


Horizonte límpido
Placidez como única fonte
Desmoronamento inesperado
À muito por ser explicado

Água translúcida
Esperança amena
Na certeza do progresso
Entre o avanço e o retrocesso

Criações utópicas
Entre histórias de encantar
Retrocesso ao real
Como um derribamento abissal

Mas o amanha é agora
A duvida o desejo e a indiferença
A utopia plena
O desenrolar da avareza
O dia é agora
O lugar é incerto
O conhecimento é eterno
Em cada palavra e em cada gesto

O Futuro somos nós
E as nossas incertezas…
As nossas convicções e as nossas avarezas.



Em nome da Revolução…

Critica informada
Desafio organizado
Ambição desmedida
Em pró do oprimido e do explorado
Por um futuro
Por alguém
Por uma vida melhor
Pelo sentimento de uma vida
Reprimida por rancor
Contra autoritarismos
Hipocrisia e ignorância
Contra conservadorismo
Inveja e ganância
Em nome de um povo
Da consciência, das liberdades
Pela ascensão social
Novos valores e mentalidades
Pelo fim do materialismo
Inócuo e sem fundamento
Pelos valores humanistas
Respeito pelo sentimento
Em nome do respeito
Pela reafirmação da sociedade
Por auto-valorização
Inovação de integridade…

…Por uma nova visão
Agora aqui que a ferida sara
Pela solidariedade da figura de Guevara
Pela utopia de Cabral
Zamora e Carlos Cardoso
Pelo Humanismo ancestral
Pelo grito de Afonso
Por Agostinho Neto
E Nelson Mandela
Por Arafat, Zapata, Xanana
Pelo espírito de quem emana: revolução quotidiana
Em nome do Humanismo
Da solidariedade e da renovação
Pela ascensão social…
… em nome da Revolução!




Camarada Barbosa…

Companheirismo cultural
Amizade inoportuna
Pela luta parietal
De que o nosso sentimento abunda
Pela cultura, mudança, pela reafirmação da juventude
O camarada Barbosa, comigo pelo Futuro
O obrigado eu deixo
A ti meu camarada
Que matas a ignorância
Com a inteligência de uma espada
Uma espada de sentimento
Que te eleva a uma excelente pessoa
Juntos por todos
Pela ascensão da sociedade
Obrigado pelo tempo vivido
Despertaras eterna Saudade
Destes tempos de adolescência
Juntos somos alguém
Somos a ambição e a inovação
A pura intelectualidade que nos convém
Somos a semente serie
Da terra serena
Contigo vale sempre a pena
Porque a alma nunca è pequena! Obrigado!