terça-feira, 4 de novembro de 2008

"A ditadura começa na ignorância!"


Mais de um milhão de alunos e professores manifestaram-se em Roma contra a reforma educativa do governo de Berlusconi. A nova reforma educativa prevê alterações estonteantes. Berlusconi pretende separar os estudantes Italianos dos estudantes estrangeiros, despedir 80 mil professores, triplicar o valor das propinas e obrigar os alunos a usar “farda escolar” e muito mais.
Os estudantes gritam a Berlusconi que “a ditadura começa na ignorância” e é isso que ele quer impor a quem não tiver dinheiro para estudar. Dia 30 de Outubro, um milhão de pessoas manifestaram-se em Roma contra esta reforma que quer tirar 8 mil milhões de euros ao orçamento para a Educação. Estudantes, professores e pessoas solidárias juntaram-se nas ruas em Itália contra uma reforma educativa elitizante, que propõe triplicar o valor das propinas, despedir 80 mil professores e aplicar penas por mau comportamento, separar estudantes estrangeiros dos italianos, etc.

Berlusconi quer triplicar o valor das propinas tornando o acesso ao ensino desigual e criando um fosso educativo entre ricos e pobres. Desta forma elitiza o ensino, impedindo quem não tem condições financeiras de estudar, privilegiando as classes altas na formação superior e qualificação profissional. Como se isso não fosse grave o suficiente, este quer despedir 80 mil professores e fazer um corte no sistema educativo brutal, Berlusconi quer também o regresso do mestre único às escolas primárias e a redução do horário escolar para 24 horas semanais, para além do endurecimento das penas por mau comportamento, com uma nota abaixo de 6 (numa escala de 1 a 10) a implicar automaticamente o chumbo do estudante.

A xenofobia da direita e do governo Berlusconi é altamente ofensiva. Primeiro coloca militares na rua para identificar, prender e expulsar os imigrantes “ilegais”, como se isso não bastasse Berlusconi quer obrigar as pessoas de etnia cigana a colocarem a sua etnia no seu BI pessoal, como se isso fosse relevante. E para finalizar em beleza, Berlusconi quer levar a sua xenofobia para escolas. Quer que os estudantes estrangeiros sejam separados dos Italianos.

Mas ainda há mais, Berlusconi além de querem uma escola xenófoba, desigual, injusta e com menos professores, quer “estandartizar” os estudantes obrigando-os a usarem uma farda escolar.
Os estudantes e professores, como não podia deixar de ser, protestam e Berlusconi em vez de abrir o diálogo e ouvir a opinião dos estudantes italianos, ordena a entrada de centenas de polícias em todas as escolas onde os alunos protestavam na manifestação de alunos do 28 de Outubro.

É este o novo plano de Berlusconi: uma escola xenófoba, autoritária, desigual, injusta, com poucos professores, pouca variedade pedagógica, estandartizada e calada, sem liberdade de pensamento, opinião, organização ou manifestação.

São estes os novos horizontes educativos de um governo ultra nacionalista, conservador, xenófobo, neoliberal e opressor. Mas a luta não se cala! Nunca, jamais em tempo algum a comunidade escolar Italiana se irá calar perante este ataque que afectará a todos e sobretudo o futuro do país

2 comentários:

Unknown disse...

A Itália de Berlusconi está-se a tornar a vergonha da Europa e o berço para o ressurgimento das ditaduras de extrema-direita. Não é só na educação que Berlusconi mostra a sua vontade de imitar Hitler, agora começa também na censura de filmes. Imitando o Reich, Berlusconi censurou na Itália o filme Brokeback Mountain, do qual não preciso de falar devido ao "escândalo" que já levantou no meio daqueles que usam a cabeça para tudo menos para raciocinar.
Lembrem-se que já da outra vez começou na Itália, e que é necessária a união daqueles que estão solidários com a população italiana e solidários com o resto da Europa que corre o risco de viver uma vez mais sob o jugo da ditadura de direita.

Cidadãos Italianos, uni-vos e derrotai esse déspota!

Anónimo disse...

Digamos que uns...Talvez...80% das medidas que tem tomado deviam ser implementadas em toda a Europa.É a única forma de salvar o pouco que resta da mesma. Agrade a quem agradar, doa a quem doer.